22 de fev. de 2008

Selo informa presença de transgênico


Regulamentado em 2004, só agora o consumidor verá o selo presente em produtos alimentícios

O consumidor que costuma ler os rótulos antes de comprar vai encontrar uma novidade nas prateleiras dos supermercados. O decreto que obriga as empresas a identificarem os produtos que contém componentes transgênicos (também conhecidos como OGMs – organismos geneticamente modificados), regulamentado em 2004, está se tornando realidade.

A lei se aplica apenas aos alimentos que contenham mais de 1% de OGMs em sua composição. Desde a aprovação do decreto, as empresas garantiam que nenhum de seus produtos possuía mais de 1% de transgênicos e, portanto, não teriam a obrigação legal de colocar o selo.

Em setembro do ano passado, porém, o Ministério Público de São Paulo, baseado em um denúncia feita pela organização ambiental Greenpeace, entrou na Justiça com uma ação civil pública exigindo a rotulagem dos produtos. A partir dessa ação, a gigante multinacional Bunge decidiu rotular os óleos de soja. Mesmo aaim, enviou a seguinte ressalva ao Greenpeace, por meio da sua Diretoria Corporativa: “Como nós entendemos que pode eventualmente haver alguma preocupação por parte de alguns consumidores em relação à presença de transgênicos, resolvemos agir pró-ativamente e rotular nosso óleo de cozinha Soya, mesmo sabendo que os óleos vegetais não contêm nem 1% de componente transgênico, porcentagem a partir da qual a lei exige a rotulagem, para melhor atender consumidores que considerem isso relevante.”

Dessa forma, os rótulos das embalagens dos óleos Soya e Primor, fabricados pela Bunge, ganharam, desde o final do ano passado, a indicação de substâncias transgênicas em sua composição. Pouco tempo depois, a norte-americana Cargil, outra fabricante de óleos de soja anunciou que também vai colocar o selo indicativo da presença de transgênicos em seus óleos Liza e Veleiro. Esses óleos de cozinha trazem um triângulo amarelo tendo ao centro a letra “T”, indicativa da palavra “transgênico”, além da frase informando: “Produto produzido a partir de soja transgênica”, conforme determina a lei.

Muita gente pode imaginar que a soja, transgênica ou não, esteja presente em poucos alimentos, mas isso não é verdade. Para se ter uma idéia, margarinas, maioneses, chocolates e diversos tipos de biscoitos, utilizam soja como um de seus componentes. Por enquanto, apenas os óleos estão recebendo o indicativo de transgênicos, mas a tendência provável é que se estenda a outros produtos.

Fonte: Instituto Akatu

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